domingo, 6 de setembro de 2020

Solidão

 Uma vez que a solidão tenha tocado sua alma, ela fica manchada para sempre. É como um monstro, o lado negro da força, que deixa sua marca negra no seu coração.

Uma vez que você tenha se sentido sozinha no mundo, esse sentimento te assombrará para sempre, e só de lembrar, a boca amarga, o estômago gela, e a cabeça lateja.

Solidão não é estar sozinho. Solidão é olhar pra sua vida e perceber que você não tem ninguém. Que você não construiu relacionamentos duradouros, que ninguém, em meio a 7 bilhões de pessoas, se importa com você. Esse é um sentimento devastador. Dói, porque ele envolve culpa. Dói porque você sente vergonha de falar isso em voz alta. Dói porque você vê que você fracassou.

Fracassou na coisa mais simples e necessária do mundo: fazer as pessoas gostarem de você. Ser uma pessoa que mereça ser amada.

Ter experimentado a solidão destrói a sua autoestima, e fingir continuamente que nada aconteceu faz você duvidar de todo amor que recebe a partir dali, se perguntando se é um amor verdadeiro. Sendo aterrorizada pelo sentimento de não merecer amor ao mesmo tempo que morre de medo de perdê-lo.

Mas ter passado pela solidão. Ter colocado meu pé na depressão. Tendo sentido essa água gelada tocando meu corpo, me fez mais empática.

A depressão só pode ser compreendida por quem já esteve lá, por quem já se sentiu vazia, sem nada pra dar, sem esperanças e sem saber como seguir em frente.

A depressão é muito difícil de ser colocada em palavras, porque ela não tem palavras. Ela é o silêncio. Ela é tudo que você lutou pra sufocar e que hoje te sufoca.

E ela só pode ser vencida quando tudo isso sair.

Mas pra sair, ela causa um estrago danado.

É preciso abrir suas maiores feridas e colocar o dedo na alma. Numa coisa tão bela e intocável, que nunca deveria ter sido perturbada.

A depressão é como o alcoolismo... Ela continua lá, te assombrando, te mantendo acordada uma noite por ano, apenas para lembrar que ela ainda existe. E cada dia é uma luta

A empatia é a única coisa que você pode dar pra alguém assim, nem amor, nem carinho serão suficientes.

É possível sair dessa e ser feliz. Vai por mim.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Definindo metas

Eu tenho 27 anos e minha vida mudou!
Minha rotina é dividida basicamente em: Acordar, cuidados básicos com a casa (colocar a roupa na maquina, trocar os lençóis, deixar organizada) e com o cachorro (descer com ele), Trabalhar o dia todo, Fazer uma atividade física, mais cuidados da casa (ir no mercado) e do cachorro (exercitar ele), e tentar dar atenção para as pessoas que eu gosto, que hoje em dia são meu namorado, minha família imediata e 3 ou 4 amigos das antigas que eu faço questão de manter.
Mas, ...
Esse mas, na minha cabeça, não deveria existir, mas ele existe!
Mas, cade o prazer?
Será que me venderam um produto falso? Porque eu vejo muitos blogs de casais que viajam pelo mundo (pois acho que esse era meu sonho de consumo), vejo amigas que mudaram para a Austrália, ex namorados que casaram na Alemanha, e fico me perguntando: Quando é que minha vida vai ser legal assim. Será que é só o Teaser da vida deles? Será que o meu Teaser, pelo menos, é excitante?
E com 27 anos, eu estou escrevendo esse post à beira da crise e do abismo, para organizar meus pensamentos.


1º Passo - Quais são seus sonhos?
Sem se prender a o que pode ser feito, à quanto dinheiro isso necessitaria, a o que a sociedade pensa, quais são realmente seus sonhos e suas vontades? Sonhar como uma criança, imaginando uma vida ideal, num mundo ideal, o que seria? Que vida você gostaria de estar levando?

2º Passo - Do que você precisa para viver?
Tem gente que quer morar no japão, mas não consegue ficar sem o almoço em família de domingo. Tem gente que quer morar na Europa mas não se sujeitaria a lavar banheiros. O que é importante pra você? Quais são suas prioridades, do que você realmente precisa para viver? Você precisa de salão de beleza? De roupas? De boa comida? de um local agradável para morar? Seja sincero com você mesmo, afinal, mentir para si não vai te ajudar a conquistar o que você precisa.

3ºPasso - De cara com a realidade - Defina metas e coloque datas
Pronto, você já sabe o que você realmente gostaria que acontecesse em sua vida, e o que te é essencial, e que você não pode deixar pra trás! A partir daqui, coloque os pés no chão, a cabeça nas nuvens e defina como os seus sonhos irão se encaixar na sua realidade.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

27, mas quem está contando?

A poucos dias de completar 27 anos, me peguei analisando minhas postagens mais antigas da timeline do facebook e isso me fez parar para refletir: com apenas 27 anos eu já posso escrever sobre 'quem eu fui'.
O tempo é algo assustador.
Eu, com 16 anos, tive um melhor amigo magnífico.
O que isso tem a ver com quem eu fui? Tudo.
Essa amizade me moldou, me ensinou, e mudou meu destino. Afinal, quando se começa a fazer escolhas, toda escolha, por menor que seja, te leva a um local diferente.

O Frino morreu pra mim antes dele falecer na terra. Ele morreu pra mim quando eu morri pra ele. Quando brigamos, e eu, no meu canto, chorei! E ele, no canto dele, chorou!
Eu escrevi, ele tocou, mas essa música ninguém ouviu.
Não sei dizer o que Deus pensou pra gente, mas seja o que for, ficou no ar. Como a garota que ele dizia flutuar.

E eu flutuei, como ele previa.
Não me apeguei, não me permiti criar falsas raízes, não pousei onde não devia.

Com 16 anos, nós lutamos para ser diferente.
Ouvimos músicas que não gostávamos, lemos livros que não nos entretinha, usamos substâncias que não deveríamos, afinal, quem estava contando?

Nós fomos além,
em nossas próprias mentes, éramos tudo aquilo que queríamos.
E nosso grande segredo? Diminuímos nosso mundo, até sobrar só quem realmente importava,
Eu e Você.
Você era pra mim tudo aquilo que eu queria ser pra você, e fim.

Hoje, eu mudei minha estratégia. Hoje eu me sinto com a idade que você tinha quando eu te conheci, mas veja bem, nós tínhamos praticamente a mesma idade... Mas por trás daquele sorriso triste existia muito mais do que seus modestos 23 anos.

Hoje, tive o prazer de fincar raízes, de descer do devaneio,  de olhar ao redor.
A realidade não mais me machuca, apenas a sua falta, sim.
Gostaria de você aqui, pra ver a menina que você transformou, você teria orgulho de mim.
Assim como eu tenho de você.

Se hoje não mais devaneio, é porque a minha bolha se transformou em realidade,
ou porque meus horizontes não estão visíveis
Mas muito do que prevemos, se tornou verdade

Uma delas, e talvez a maior, é que pessoas felizes não escrevem
era preciso passar por tudo aquilo, com uma intensidade ao quadrado, elevado ao infinito
para nos tornarmos duas pessoas maravilhosas,
separadamente
mas cada dia melhores

Te encontro aí um dia

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O Deus que eu criei

Era uma menina boba, diziam mimada... sempre tive todas as ferramentas para ser feliz, e não o era. Algo me faltava. O que poderia ser? Lá no fundo eu sabia. Era Deus.

Mas o que é essa falta de Deus?
É uma falta de si mesma, o que seria redundante num mundo onde as pessoas levam a sério sermos à imagem e semelhança Dele, porém não o é.
Nasci católica, e a igreja foi o primeiro lugar em que não encontrei Deus. Nunca entendi o rito católico e me sentia cercada de um Deus de barro e gesso. Eu falava e ele não respondia. Era frio e vazio. E a catequese obrigatória me fazia cada dia gostar menos desse Deus impositor.
Com 11 anos conheci o espiritismo. Ia ao centro acompanhar minha mãe e minha interação se resumia a brincar com as crianças do lado de fora das palestras, o que já era mais agradável do que passar horas sentada num banco duro sem dar um pio. Peguei gosto pelas câmaras de passe, me sentia leve e feliz naquele ambiente. Escutava minha mãe me contando histórias para explicar como funcionava o espiritismo e me apaixonei. Com 13 anos li violetas na janela, com 15 entrei pro trabalho na caridade.
O espiritismo foi bom comigo, e me ajudou a enfrentar uma fase que hoje me parece simples e bobo, mas que à época era deveras complicado para minha mente juvenil, e o que não é? tenho plena consciência de que meus problemas de hoje parecerão fúteis e singelos no futuro.
O Deus espírita é o Deus que não age. e isso me agrada muito, pois é a característica que mais incentivo no Deus que eu criei. O Deus espírita respeita o livre arbítrio e permite que você plante e colha sem distinção por prece, terço, reza, novena ou dízimo. Perante Ele somos todos iguais e a diferença de proteção oferecida é aquela que sua própria mente cria quando você vibra coisas positivas e se sintoniza com o que existe de bom no mundo espiritual. Então, no meu entender, o Deus espírita me dava os caminhos e me deixava para caminhá-los por minha conta e risco, me ensinava a escolher e me permitia arcar com os prazeres e prejuízos das minhas escolhas. E isso me bastou durante anos. Dentro da religião espírita eu trabalhei a serviço do bem em bairros periféricos e com crianças carentes, o que me ajudava a manter os pés no chão e não me tornar mais uma patricinha mimada de escola particular, até porque meus pais não tinham uma situação financeira para sustentar isso.
O Deus espírita era bom também em consolar, para tudo ele possuía explicação e consolo. Nesse tempo perdi amigos, namorados e pessoas queridas, e tudo na vida tinha um porque, o que não te permite entrar em desespero, te ensina a confiar no futuro.
Com o tempo, o espiritismo sugou de mim o que eu tinha de mais precioso: meu livre arbítrio. As pessoas começavam a me cobrar: cobrar mais tempo, mais dedicação, mais estudo, e eu estava de volta à catequese tão detestada. Assim, me afastei.
E perambulei, pois religião pra mim era como um novo idioma, bastava eu aprendê-lo para conseguir me comunicar com Deus.
Nesse tempo vi vídeos, palestras e sites sobre todo tipo de "não crença", de George Carlin a Alienígenas do passado, tudo me encantava. Nesse tempo conheci também uma vertente de espiritualismo que acreditava em preto velho, exú e demais classes de espíritos. Não posso nem falar que conheci, porque apenas uma visita não foi suficiente para entender o ritual, porém foi suficiente para enxergar que existia um ritual. E isso abriu uma janela pra mim: O Deus que eu criei tinha que ter um ritual.
Um belo dia, após a separação dos meus pais, minha mãe resolveu se tornar Evangélica, e lá fui eu atrás do meu novo idioma. Minha melhor amiga, que por sinal é uma ótima pessoa, era dessa mesma religião e eu me agarrei a isso para acreditar que aquele só poderia ser um Deus bom. Doce engano. Aquela religião me fazia odiar aquele Deus, que havia me criado a partir de um simples capricho e um vil desejo de adoração, que me puniria caso eu agisse à maneira do meu próprio entendimento, e que me desconsideraria caso eu não fosse sua filha mais prodigiosa. Terror e raiva era o que me despertava essa religião e seus seguidores, que quanto mais falavam, quanto mais se justificavam e quanto mais embasavam suas loucas teorias num livro editado e publicado por humanos, mais deturbavam meu Deus interior. E foi assim que eu deixei de acreditar na Bíblia Sagrada.
Algumas pessoas dizem que só ignorantes não acreditam na Bíblia, e acredito nisso, porque por mais que eu não acredite nela, eu reconheço seu poder de fidelização. Eu a li inteira quando criança, não a versão original, mas uma versão ilustrada e simplificada para jovens, mas mesmo em minha mente juvenil, as atrocidades cometidas por esse Deus não pertenciam ao Deus que eu estava criando. Meu Deus era outro.
Fiquei só novamente, e ouvia as gotas pingando dentro de uma alma vazia. Parecia que o meu Deus havia desistido e me abandonado, a tristeza encontrou espaço, e eu rezei. Eu rezava sem acreditar. Rezava sem fé. Quando não conseguia me concentrar nas palavras, repetia as orações da igreja católica, rezei chorando e rezei sorrindo, pedindo a Deus para voltar para dentro de mim, e ele voltou.
Em uma época perturbada, em que eu perdia a cabeça e o controle das minhas emoções, em que eu não conseguia esvair a raiva sem choro e sem berro, num desses ataques, ele apareceu pra mim. Não seja ingênuo, eu não o vi com os olhos, eu o vi com o coração. E esse foi meu primeiro encontro com o Meu Deus. Quando eu achei que ia perder o controle da raiva que existia no meu coração, ele fez ela desaparecer e me encheu de amor, e eu chorei.
Chorei
Chorei
Chorei
Eu não sabia porque eu estava chorando, começou com um choro de raiva, de dor, de repente era só um choro, eram só lágrimas, era água, era um banho. E quando aquilo me limpou, eu continuei chorando, até que ele transformou a dor em amor, um amor que eu nunca havia sentido, um abraço sacro, uma ternura infinita. Aquele que me abraçava me amava tanto que parecia irreal, e era eu! Eu era quem me amava, e era outra pessoa, ao mesmo tempo que era eu também. Comecei a rir ao perceber o que tinha acontecido, e mesmo assim eu ria e chorava, e devia parecer uma doida, e mesmo sendo uma doida, eu continuava me amando, e foi quando eu me apaixonei pelo choro.
O Deus que eu criei tem muito choro! E esse choro merece um texto só sobre ele depois, quem sabe... Mas o choro já estava dentro de mim, ele já me pertencia (assim com o Deus que eu criei, mas na época eu não sabia disso), eu sempre fui apelidada de manteiga derretida nas escolas que passei, e esse choro me acompanha até hoje.
Após esse episódio eu descobri o Deus dentro de mim, e segui meu estudo dos idiomas divinos. Ainda não sabia ao certo em que acreditar, então eu adorava ouvir pessoas falando sobre o que elas acreditavam, sobre o que a igreja delas pregava. Entrei pro Yoga, fiz um curso de meditação. Ouvi falar de Budismo.
Nessa época eu já estava me formando na faculdade e havia muito alimentava a curiosidade sobre o Santo Daime, mas me faltava coragem para experimentar. Meu principal medo: entrar em uma viagem sem poder sair dela (de novo a erradicação do meu livre arbítrio me assustando).
Li, perguntei, investiguei, e broxei. Fiquei com medo e não fui na primeira, na segunda tampouco. As sessões aconteciam com o intervalo de 6 meses ou mais entre elas, isso porque era a primeira vez que eu tomaria o chá e era necessário uma sessão especialmente preparada para esse fim.
Fui nas reuniões, me preparei psicologicamente e nada, até que no terceiro convite, sem deixar o assunto descansar por muitos dias na mente, tomei coragem e fui. E foi maravilhoso...
E esse foi meu segundo encontro com o Deus dentro de mim. Cheguei, e logo de cara tive a impressão de ser um local de paz e de pessoas boas, o que era um ponto forte para alguém que julga a religião pelas pessoas que dela fazem parte. Todos me tratavam com especial carinho e dedicação. Sentei em uma cadeira no salão e esperei a cerimônia começar com certo receio, a cerimônia teve início, eu fui com a massa, levantei, tomei meu chá, (que quase vomitei de tão amargo) e sentei novamente. A cerimônia em si me causou repulsa e preconceitos por motivos que não cabe a mim enumerar, porém eu estava rezando novamente, pedindo a Deus para eu encontrá-lo também nesse idioma, também naquele local, também naquele templo, sem saber que na verdade, eu o encontraria dentro de mim.
Depois de uns quinze minutos acordada acompanhando as falas da cerimônia, comecei a cair num sono tranquilo e sonhei.
O sonho começou no escuro, e com algo escondido. Um ponto de luz que me fazia querer segui-lo e assim o fiz. Eu o segui por túneis coloridos e cenários agradáveis, primeiro por curiosidade de saber o que seria aquela pequena coisa escondida. As vezes ela emergia, as vezes submergia nas cores, como que para me manter na busca, não deixar dissipar meu interesse. Me lembro de passar por cenários de video games, e nesse momento acordar um pouco e pensar: "seja o que for que estou seguindo, ele me conhece, pois sabe que eu gosto de video games, ele sabe quem eu sou". Eu segui essa centelha de alguma coisa por um tempo que pareceu muito longo para mim, até que ao final ela deu um grande salto submergindo do túnel colorido e mergulhando na escuridão. Estávamos no universo e ao nosso redor, pincelavam pequenas outras luzes, como estrelas. Finalmente pude ver o que eu estava seguindo e era também uma estrela, maior e mais perto do que as demais. Ela parou acima, como se me observasse, e foi então que eu senti. e num segundo tudo fez sentido.
Aquela era eu. Aquela era Deus. Quem ela era então?
Era as duas coisas. Quando acordei desse sonho gostoso eu me amava com a mesma intensidade que senti no meu primeiro encontro com Meu Deus interior. Sentia um amor profundo e inabalável. E não só isso, a compreensão veio depois. Não somos só criados à imagem e semelhança do Senhor, nós somos o Senhor. 
“Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (...).” (I Cor. 6:19–20)
Não existe um Deus Celestial nos esperando no céu após a morte! Nós somos Deus! Nós somos parte de um todo e esse todo, junto, é Deus. Deus é a fagulha que habita em todas as coisas. Deus é a fagulha que me guiou por túneis coloridos para me mostrar que o que realmente ele é, sou eu! Deus não está comigo, porque ele está em mim. Ele sou eu e eu sou ele. E ele me ama mais do que tudo e me conhece mais do que tudo, porque ele sou eu que se dividiu em milhões de partes para criar o universo em que eu habito e que me presenteou com minha consciência. 
Complicado né? Talvez até muito Zen... Mas tudo isso apareceu na minha mente em segundos, um insight.
E foi lindo, porque aquela luz era linda! Ela era pura, clara e límpida, sem erros, sem pecados, sem mazelas. Ela era completamente inocente e doce. Era uma criança. Era só uma luz! Era uma coisa tão linda que acordava e voltava a dormir pra continuar perto dela. E no momento que eu entendi que aquela luz tão linda era eu, eu chorei! Eu era pura! Eu não tinha pecados! Eu era boa por natureza! Eu era perfeita! E eu me amei!
A vida nos traz um peso enorme: o corpo. O corpo, a carne, vem com o pecado, com o erro, com a inveja, a raiva, o ódio. Esses sentimentos se impregnam na carne e confundem a mente. Mas eles não podem alcançar a alma, não a luz que eu vi, aquela centelha é intocável, imaculada, é e sempre será pura, porque assim ela foi criada.
O Deus que eu criei, hoje vive dentro de mim, dentro do meu ser, e eu não preciso de mais ninguém para alcançá-lo. Eu continuo a praticar e a estudar os idiomas. Eu continuo a frequentar o centro espírita às segundas feiras, a ler livros sobre o budismo e a praticar meditação sempre que possível, não porque eu precise encontrá-lo, mas porque essas práticas me ensinam a domesticar o corpo e a mente que minha alma habita enquanto eu estiver aqui.
Me ajudam a controlar minhas tendências negativas, meus pensamentos inferiores, a ter paciência e principalmente: a ter humildade para aceitar que tudo que eu acho que sei não significa nada; e a ser grata, porque isso eu ainda estou aprendendo.



Namastê
“O deus que habita no meu coração, saúda o deus que habita no seu coração. Mais radiante do que o Sol. Mais puro que a neve. Mais sutil que o éter. Esse é o Ser, o Espírito dentro do coração de cada um de nós. Esse ser sou eu, esse ser é você. Somos todos nós, Está em você, está em tudo.” font Sancritos M.V.

domingo, 30 de novembro de 2014

Libertando-se dos paradigmas


Acredito fielmente no que vou dizer: A felicidade deriva da nossa liberdade de paradigmas. Quantas coisas do nosso dia fazemos por que temos/devemos fazer? Quando foi a última vez que você acordou com prazer? olhou pra claridade vinda da janela e sorriu? Um prazer secreto por ter ganhado mais um dia de vida e mais uma oportunidade de se tornar melhor. Que delícia de sentimento. Quando foi a última vez que se sentiu privilegiado por ter uma cachoeira dentro do seu box? Sentiu a água correndo pelo corpo e lavando a alma? Muito zen? Talvez você não seja completamente boba como eu, então, onde reside sua felicidade? Será esta muito díspar da minha? Aí reside nossos menores paradigmas. Não se deixar levar por bobagens é um deles.
A falar de paradigmas maiores, que já começam a ser derrubados pela minha geração: ter filhos, viver a dois, trabalhar duro, entre outros. Mas quantos mais haverão por aí, escondidos atrás de simples definições, tribos, normas e regras, os quais as vezes nem percebemos? 
Certa vez li uma reportagem que dizia que envelhecer era libertador porque você deixava de ter que provar algo a alguém a todo momento, deixava de se importar com a opinião dos outros e passava a viver melhor. será que só poderemos aprender isso após os 60 anos?

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Vergonha

Hoje escrevi um perfil sobre mim, onde eu me descrevia como uma entusiasta:
"Sou uma entusiasta, e isso vem com a parte boa e ruim: Adoro coisas novas e topo qualquer parada, sou aquela amiga pau pra toda obra, viajar, acampar, passar frio, passar fome, tudo por uma boa aventura e algumas boas fotos.A parte ruim é que perco o interesse pelas coisas rapidamente. pulo de um interesse pra outro com facilidade."

É preciso coisas boas para acreditarmos no futuro. e hoje eu descobri aquela rede social BLIIVE, que incentiva a participação colaborativa entre as pessoas, ótimo jeito de fazer amizades, e de fazer algo útil com nosso tempo, que saia do circuito Tv Internet Facebook Trabalho e Cerveja com os amigos. Automaticamente pude imaginar os comentários e piadas que as coisas que escrevo geraria em algumas pessoas que preciso aguentar no meu círculo de amizades. E nessa última semana esse assunto me veio à mente em diversas oportunidades: As pessoas têm vergonha de serem felizes!

Durante minha caminhada conheci pessoas que se tornaram bons amigos, e analisando essas pessoas chego a conclusão que todos eles eram entusiastas como eu, que todos eles tinham gostos um tanto exóticos, que poderiam ser ridicularizados, mas todos tinham algo em comum: eles não se importavam em ser ridículos. Tenho um amigo que é frequentador de uma religião que toma um chá e fica doidão. Tenho outro que reza pra Krishna, que escreve textos sobre suas desilusões e põe isso em uns fracos acordes de violão, e tinha um mais especial que o vento, que colocava o coração em palavras, de um jeito que eu nunca serei capaz. Um deles é magro demais, o outro é esquisito demais, o outro tinha a cabeça com o formato engraçado demais. E vivi momentos felizes ao lado de cada um deles.

O que até hoje não entendo e não aceito são pessoas que têm vergonha de serem felizes. Que têm a necessidade de serem invisíveis, de irem com a massa e de manter o padrão. Essas pessoas que não tem coragem de estender uma toalha na grama e fazer um pic-nic no parque, que acham que andar de patins ou ir acampar no mato é algo brega demais, ou índio demais, ou com mosquitos demais. Que preferem não registrar um momento importante por vergonha de tirar uma máquina da bolsa e pedir para o garçom tirar uma foto, ou porque o flash chamará atenção. Pessoas que vivem amarradas, que podem até se soltar em uma praia distante num dia tranquilo, com a certeza de que a vergonha que estão vivendo não será testemunhada por nenhum conhecido, mas que em sua cidade natal andam no shopping sem poder dar uma gargalhada alta de uma piada boba. E nem preciso falar sobre aquelas que preferem se manter no conforto do seu ar condicionado, da sua internet e deixam a vida passar, dormindo, comendo as mesmas coisas e vivendo as mesmas sensações repetidamente, essas pra mim são apenas zumbies.

Com 26 anos hoje, 7 anos depois de criar esse blog, eu ainda não sei o que é a felicidade, mas uma coisa eu aprendi a observar, não se vêem propagandas de margarina com pessoas no computador ou famílias felizes assistindo tv cada um no seu quarto. Talvez eu esteja mais perto de descobrir o que NÃO é felicidade.

Abraços

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A forma como você enxerga o mundo

Esses dias chorei de felicidade. Foi um choro feliz, mas dolorido. Há muito eu rezava por algumas respostas na minha vida e essa semana eu as recebi. Um ateu (meu namorado) chama isso de acaso, e eu chamo de atração, universo, deus, ou qualquer outra coisa mística.
Eu rezava para enxergar adiante e para que ficassem claros os caminhos que me fariam felizes, pois com 25 anos, são incontáveis os caminhos que se abrem à nossa frente. E o "destino" e a "coincidência" colocaram na minha frente 3 oportunidades de aprender pelo amor. A capa da revista #vidasimples esse mes é sobre como enxergar o copo meio cheio. Após comprá-la, assisti uma palestra no centro espírita que frequento sobre como as pessoas buscam a felicidade, e hoje, a meia hora atras, tive contato com essa experiencia: Como viajar sem grana de uma artista que viajou apenas confiando na bondade das pessoas.

Além das minhas experiencias pessoais, gostaria de discorrer a respeito desse: "Jeito de enxergar o mundo" que está tão na moda ultimamente. Não, não é uma mentira, realmente existe um jeito de encarar as coisas numa nice, mesmo sem estar sob uso de entorpecentes. Mas é uma verdade muito mais difícil do que se imagina.

Além do Ioga, das bicicletadas, o que mais significa levar a vida de outro jeito?

Segundo estatística do History Channel, 90% dos jovens escolhe o outro jeito.

quer saber, me deu um branco aqui, vou viver.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Uma coisa todos nós temos em comum: a busca ininterrupta pela felicidade!

Atemporal

A felicidade deveria ser um sentimento, e não um objetivo. Uma qualidade, e um defeito talvez. Nunca esse clichê/utopia. A felicidade não é aquilo que você sente quando completa uma tarefa com sucesso. é o sorriso que você dá ao ver que fracassou, é a risada alta quando algo dá errado. é a preocupação seguida pelo abraço. Acredito que esteja no sangue, que seja genético. Algumas pessoas tem o dom da felicidade. Mas isso não pode ser determinante, e mesmo que você seja um caminhante errante, como eu, tem direito à seu lugar ao sol.
Mas a pergunta é, como chegar lá? Eu não sei meu amigo, porque se soubesse, estaria vendendo e não dando esse conselho de graça, mas estou em busca, estou no caminho, (e estou desesperada!)
Talvez essa seja a resposta, ou talvez não, talvez a resposta seja não buscar, não se perguntar, não pensar e só viver!

De uma coisa eu tenho certeza: Eu não vou desistir!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Estar em outro lugar...

Eu devaneio!

essa é uma verdade que eu desisti de mudar!
Eu viajo, sonho, vivo em terras muito distantes.
Eu devaneio com as coisas, imagino, crio, as vezes vivo!

Mas isso ultimamente se tornou um problema,
eu ando 'devaneando' enquanto deveria estar vivendo...

As vezes me pego no lugar onde eu gostaria de estar, mas meu pensamento não reside comigo
meu coração se ausenta, fica longe,
e o cúmulo é quando eu, literalmente, paro de ouvir.
"desculpa, viajei, não escutei o que vc disse"
já disse isso até perder as contas!

Eu devaneio! As vezes não vivo! E isso me deixa infeliz
infeliz porque, com o tempo, me tornei incapaz de aproveitar o momento e viver o presente.
Eu vivia do passado, no futuro, mas nunca era atual!

Então, eu ainda não encontrei, mas estou buscando o equilíbrio

Eu devaneio, e não vou mudar.
mas nenhum extremo faz bem, eu acho (;

fikdik folks!
*;