quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Vergonha

Hoje escrevi um perfil sobre mim, onde eu me descrevia como uma entusiasta:
"Sou uma entusiasta, e isso vem com a parte boa e ruim: Adoro coisas novas e topo qualquer parada, sou aquela amiga pau pra toda obra, viajar, acampar, passar frio, passar fome, tudo por uma boa aventura e algumas boas fotos.A parte ruim é que perco o interesse pelas coisas rapidamente. pulo de um interesse pra outro com facilidade."

É preciso coisas boas para acreditarmos no futuro. e hoje eu descobri aquela rede social BLIIVE, que incentiva a participação colaborativa entre as pessoas, ótimo jeito de fazer amizades, e de fazer algo útil com nosso tempo, que saia do circuito Tv Internet Facebook Trabalho e Cerveja com os amigos. Automaticamente pude imaginar os comentários e piadas que as coisas que escrevo geraria em algumas pessoas que preciso aguentar no meu círculo de amizades. E nessa última semana esse assunto me veio à mente em diversas oportunidades: As pessoas têm vergonha de serem felizes!

Durante minha caminhada conheci pessoas que se tornaram bons amigos, e analisando essas pessoas chego a conclusão que todos eles eram entusiastas como eu, que todos eles tinham gostos um tanto exóticos, que poderiam ser ridicularizados, mas todos tinham algo em comum: eles não se importavam em ser ridículos. Tenho um amigo que é frequentador de uma religião que toma um chá e fica doidão. Tenho outro que reza pra Krishna, que escreve textos sobre suas desilusões e põe isso em uns fracos acordes de violão, e tinha um mais especial que o vento, que colocava o coração em palavras, de um jeito que eu nunca serei capaz. Um deles é magro demais, o outro é esquisito demais, o outro tinha a cabeça com o formato engraçado demais. E vivi momentos felizes ao lado de cada um deles.

O que até hoje não entendo e não aceito são pessoas que têm vergonha de serem felizes. Que têm a necessidade de serem invisíveis, de irem com a massa e de manter o padrão. Essas pessoas que não tem coragem de estender uma toalha na grama e fazer um pic-nic no parque, que acham que andar de patins ou ir acampar no mato é algo brega demais, ou índio demais, ou com mosquitos demais. Que preferem não registrar um momento importante por vergonha de tirar uma máquina da bolsa e pedir para o garçom tirar uma foto, ou porque o flash chamará atenção. Pessoas que vivem amarradas, que podem até se soltar em uma praia distante num dia tranquilo, com a certeza de que a vergonha que estão vivendo não será testemunhada por nenhum conhecido, mas que em sua cidade natal andam no shopping sem poder dar uma gargalhada alta de uma piada boba. E nem preciso falar sobre aquelas que preferem se manter no conforto do seu ar condicionado, da sua internet e deixam a vida passar, dormindo, comendo as mesmas coisas e vivendo as mesmas sensações repetidamente, essas pra mim são apenas zumbies.

Com 26 anos hoje, 7 anos depois de criar esse blog, eu ainda não sei o que é a felicidade, mas uma coisa eu aprendi a observar, não se vêem propagandas de margarina com pessoas no computador ou famílias felizes assistindo tv cada um no seu quarto. Talvez eu esteja mais perto de descobrir o que NÃO é felicidade.

Abraços

Nenhum comentário:

Postar um comentário