segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

27, mas quem está contando?

A poucos dias de completar 27 anos, me peguei analisando minhas postagens mais antigas da timeline do facebook e isso me fez parar para refletir: com apenas 27 anos eu já posso escrever sobre 'quem eu fui'.
O tempo é algo assustador.
Eu, com 16 anos, tive um melhor amigo magnífico.
O que isso tem a ver com quem eu fui? Tudo.
Essa amizade me moldou, me ensinou, e mudou meu destino. Afinal, quando se começa a fazer escolhas, toda escolha, por menor que seja, te leva a um local diferente.

O Frino morreu pra mim antes dele falecer na terra. Ele morreu pra mim quando eu morri pra ele. Quando brigamos, e eu, no meu canto, chorei! E ele, no canto dele, chorou!
Eu escrevi, ele tocou, mas essa música ninguém ouviu.
Não sei dizer o que Deus pensou pra gente, mas seja o que for, ficou no ar. Como a garota que ele dizia flutuar.

E eu flutuei, como ele previa.
Não me apeguei, não me permiti criar falsas raízes, não pousei onde não devia.

Com 16 anos, nós lutamos para ser diferente.
Ouvimos músicas que não gostávamos, lemos livros que não nos entretinha, usamos substâncias que não deveríamos, afinal, quem estava contando?

Nós fomos além,
em nossas próprias mentes, éramos tudo aquilo que queríamos.
E nosso grande segredo? Diminuímos nosso mundo, até sobrar só quem realmente importava,
Eu e Você.
Você era pra mim tudo aquilo que eu queria ser pra você, e fim.

Hoje, eu mudei minha estratégia. Hoje eu me sinto com a idade que você tinha quando eu te conheci, mas veja bem, nós tínhamos praticamente a mesma idade... Mas por trás daquele sorriso triste existia muito mais do que seus modestos 23 anos.

Hoje, tive o prazer de fincar raízes, de descer do devaneio,  de olhar ao redor.
A realidade não mais me machuca, apenas a sua falta, sim.
Gostaria de você aqui, pra ver a menina que você transformou, você teria orgulho de mim.
Assim como eu tenho de você.

Se hoje não mais devaneio, é porque a minha bolha se transformou em realidade,
ou porque meus horizontes não estão visíveis
Mas muito do que prevemos, se tornou verdade

Uma delas, e talvez a maior, é que pessoas felizes não escrevem
era preciso passar por tudo aquilo, com uma intensidade ao quadrado, elevado ao infinito
para nos tornarmos duas pessoas maravilhosas,
separadamente
mas cada dia melhores

Te encontro aí um dia

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